Wednesday, January 23, 2008

Rabih Abou-Khalil / Joachim Kuhn Trio

A programação do CCVF é elitista.
É cara quando analisada bem do interior das bolsas dos portugueses e, particularmente, dos vimaranenses.
É claro que terem uma programação que se apresenta cara ao público não a torna, por si só, elitista. É também evidente que por mais que se reconheça o elitismo congénito dos vimaranenses, principal público daquela instituição, esse elitismo não transforma, de igual forma, a programação do CCVF em elitista.
É um conjunto de factores que (não esquecer as propriedades sistémicas dos conjuntos), incluindo nele os acima referidos, tornam a sua programação dirigida fatalmente a uma minoria favorecida (os da elite). Pode não ser nada consciente mas há um conjunto de símbolos, estilos e condutas que me levam sentir e a ver a sua programação como elitista.
Então quem é esta minoria de pessoas favorecidas pela programação do CCVF?

São os empregados da câmara e suas redes, porque:

1. Têm acesso a bilhetes de graça.
2. O acesso a bilhetes de graça para uma minoria considerável encarece os bilhetes para a maioria não considerada nessa graça.

Rabih Abou-khalil foi excelente: Ele, o pianista alemão, Joachim Kühn, que segundo Rabih tocava aquele instrumento fácil de teclas brancas e pretas, “preto e branco para ser fácil” dizia-nos com piada num português espanholado, e o percussionista americano Jarrod Cagwin fizeram um espectáculo excelente. Eu gostei do espectáculo mesmo rodeado daquele ambiente elitista. Tive pena de não conseguir tirar uma única foto (há um vigia em cada canto da sala a encarecer os bilhetes)... talvez por não ser reconhecido nessa rede de redes que fazem o elitismo daquele espaço.




A foto que apresento em baixo ninguém ma pôde proibir. Foi na entrada para o parque de estacionamento, no elevador... Porque lá fora, lá fora apenas, todas as elites se desvanecem e perdem a consistência.


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